

O princípio da saisine:
O princípio da saisine, no direito sucessório português e brasileiro, refere-se à transferência automática e imediata da posse e propriedade dos bens do falecido aos seus herdeiros no momento da morte, sem necessidade de intervenção judicial ou formalização. É um princípio que garante a continuidade da titularidade dos bens e evita que o patrimônio do falecido fique sem titular durante o período de inventário e partilha.
Em resumo:
Transmissão imediata:
Os herdeiros tornam-se titulares dos bens desde o momento da morte do falecido, sem necessidade de aceitação formal.
Sem intervenção judicial:
Não é necessário passar por um processo judicial para que a posse e propriedade sejam transferidas.
Garantia de continuidade:
O princípio visa garantir que as relações jurídicas do falecido não sejam interrompidas.
Origem:
Tem origem na lei medieval/feudal e foi incorporado no direito português com o Alvará de 9 de novembro de 1754.
Positivado:
Encontra-se positivado no Código Civil Português e no Código Civil Brasileiro.
Elaboração:
O princípio da saisine, também conhecido como "droit de saisine" em francês, é um conceito fundamental do direito sucessório que visa garantir a continuidade da titularidade dos bens após a morte de uma pessoa. A sua aplicação significa que os herdeiros, legítimos ou testamentários, tornam-se imediatamente donos dos bens do falecido, mesmo antes de haver qualquer processo formal de inventário ou partilha.
Este princípio tem como objetivo evitar que o patrimônio do falecido fique sem um titular legítimo por um período de tempo, o que poderia gerar problemas de administração e segurança dos bens. Além disso, a saisine também garante a estabilidade das relações jurídicas, pois os herdeiros podem exercer seus direitos de forma imediata, sem necessidade de aguardar a conclusão de um processo judicial.
A aplicação do princípio da saisine é automática, ou seja, não depende de qualquer ato formal dos herdeiros, como a aceitação da herança. No entanto, é importante ressaltar que a aceitação formal da herança é necessária para que os herdeiros possam exercer plenamente seus direitos, como a posse e o domínio dos bens.
Exemplos:
Se João falece e tem como herdeiros seus filhos, a posse e propriedade de seus bens são transferidas automaticamente para os filhos no momento da morte, sem necessidade de intervenção judicial ou formalização.
Ainda que os filhos não saibam da morte de João no momento, a posse e propriedade dos bens são transferidas para eles, e eles podem exercer seus direitos de herdeiros a partir desse momento.
O princípio da saisine é uma ferramenta importante para garantir a continuidade das relações jurídicas e a proteção do patrimônio dos falecidos, evitando que haja uma lacuna na titularidade dos bens e direitos
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Sem ter a pretensão de criar teses ou doutrinas, com os temas abordados busca-se apenas descrever a realidade dos fatos, tal como previstos na lei e apreciado pelos Tribunais.

